16/09/1979 – O Cabo PM Nº
58.219 - ELIEZER XAVIER, 49 anos de idade, foi assassinado num tiroteio em que
se envolveu a guarnição da Rádio Patrulha que integrava contra cinco homens que
pretendiam matar o comerciante Miguel Ciriaco, Na cidade de Mossoró. O Cabo
Martins e dois civis não identificados, porque estão foragidos, saíram feridos.
A polícia prendeu FRANCISCO MARTINS DA SILVA e JOAQUIM MANOEL DA SILVA,
acreditando-se que os outros três implicados sejam FRANCISCO LUIZ DA SILVA,
VULGO chico porta larga, CICERO MANUEL DA SILVA E FRANCISCO CÍCERO DA SILVA.
Eles responsabilizaram o comerciante MIGUEL CIRIACO pela morte do garoto JOSÉ
HILTON equerem se vingar
Na troca de tiros,
morreu o cabo ELIEZER XAVIER, que comandava a guarnição e era subdelegado do
posto policial do bairro BOM JARDIM, enquanto o cabo PM Martins que fora em
missão para auxiliá-lo na diligência recebeu um tiro de raspão à altura do
pescoço. Dos cinco implicados no tiroteio que resultou na norte de Eliezer
Xavier foram presos
Na 1ª DP foram
ouvidos FRANCISCO MARTINS DA SILVA, 40 ANOS, VENDEDOR AMBULANTE, RESIDENTE NA
Rua Pedro Velho, 808, e o primo, também vebdedor ambulante, Joaquim Manoel da
Silva, 32 anos, comerciante, residenete na Rua Seis de Janeiro, no bairro Santo
Antônio. O primeiro é proprietário do Corcel, chapa IX 3586, cor amarela, em
que os cinco saíram à procura de MIGUEL CIRIACO, o alvo dos criminosos, embora
a polícia tenha informações de que houvessem cercado a casa do soldado PM Dimas
que esteve implicado no tiroteio em que morreu o menor JOSÉ HILTON, cuja morte
os parentes queriam vingar
Informado que cinco
elementos em um Corcel amarelo estavam tentando assassinar o comerciante MIGUEL
CIRIACO, o Cabo Eliezer dirigiu-se ao local indicado, comandando uma guarnição
da RP. No momento, ocorreu o tiroteio, tendo o policial tombado morto,
enquanto, o cabo Martins era ferido levemente.
Como implicados,
segundo informações da polícia, estão FRANCISCO LUIZ DA SILVA, conhecido por
CHICO DA PORTA LARGA, CÍCERO MANOEL DA SILVA e FRANCISCO CICER DA SILVA,
conhecido como DIDI. Os dois últimos são, respectivamente, pai e irmão de JOSÉ
HILTON DA SILVA, assassinado em tiroteio na madrugada do dia 6 de julho de
1979, cuja vingança constituiu-se no pivô dos acontecimentos do dia 16 de
setembro de 1979
Didi 19 de setembro
de 1979 falou com exclusividade ao jornal o MOSSOROENSE, veja a matéria
publicada no dia 20 de setembro de 1979.
DIDI FALA COM EXCLUSIVIDADE
A O MOSSOROENSE
“VIM FAZER JUSTIÇA,
MAS CABORÉ COMEÇOU O TIROTEIO
Nem fera nem santo,
nem herói, nem vilão, um moço simples, humilde, de poucas ou nenhumas letras,
revoltado contra a impunidade e/ou morosidade da polícia e da justiça, em apurar
o assassinato de seu irmão. A história não começou agora, com o tiroteio que
matou o cabo ELIEZER e deixaram feridos mais duas ou três pessoas, uma delas, o
carpinteiro DIDI, em estado grave. A história começou no dia 5 para 6 de junho
passado, quando o menor JOSÉ HILTON DA SILVA foi (ou teria sido) assassinado
por MIGUEL CIRIACO, comerciante, dono de um bar. Inquérito policial deve ter
sido aberto, MAS ATÉ HOJE NÃO ANDOU. Estaria em lugar incerto e não sabido. Não
foi concluído e mandado à Promotoria Pública para denúncia. Sumiu. Ou está
engavetado. Disso foi cientificado FRANCISCO CICER DA SILVA, conhecido por
DIDI, de profissão carpinteiro, que morava em São Paulo. Veio para seu Estado,
o Sítio Boa Água, município de ANTONIO Martins. ‘“E como ninguém fez nada
contra quem matou meu irmão, a gente resolveu fazer justiça por conta própria”,
diz ao repórter o carpinteiro DIDI
A GUERRA
Saíram de seu
município num carro Corcel IX-3586 e vieram atrás de Miguel Ciriaco, o
indigitado matador do menor HILTON. Eram cinco no carro, FRANCISCO CICERO, seu
pai CICERO MANUEL DA SILVA, mais os tios e primo JOAQUIM MANUEL e Francisco,
mais um não referido.
Ao chegarem ao
bairro Bom Jardim, na Rua Nilo Peçanha, iniciando a caça de Ciriaco, foram
surpreendidos por um comando policial, chefiado pelo cabo Martins. Detiveram o
Corcel. Deram voz de prisão aos seus ocupantes. Antes. Porém, que eles saíssem
do veículo, o tiroteio começou. O Cabo Zé Caboré começou tudo. A gente ia se
entregar pacificamente. Mas Caboré começou atirando. Acertou meu pai acertou a
mim com dois tiros. Um aqui embaixo e outro na perna esquerda. Também atirei.
Dei uns dois ou três tiros, com o meu 38 que estava embaixo do banco. De certo
um dos meus disparos acertou no cabo Eliezer, que morreu. Lembro que, durante
aq troca de balas, o cabo MARTINS pedia que seus soldados não atirassem. Quando
ouvi um soldado dizer que a sua munição tinha acabado, fugimos meu pai e eu,
para o mato. E de lá só voltamos com o nosso advogado. Papai foi embora, eu vim
para o hospital, Joaquim e Francisco que são inocentes, estão presos